domingo, 19 de dezembro de 2010


"O pensamento pedunculado buscava o teto das coisas. Era um sexo erétil e complemetos. Movimentos escorriam como precisamente calculados, nem eram, era sintonia riscada entre um olhar e outro.
Cada enzima parecia morar no outro corpo, desabotoando perfumes no intuito de atrair. Daí o radar daquele pensar batizado de paixão. Conexão entre toques e quimioreceptores que dilatam as retinas, contraem os músculos e irrigam os tecidos com tantos fluidos que, na enorme euforia, as células se dividem. Meiose radicada no gosto dos lábios de quem beija a flor.
Abdução de vontades, bate na porta da imaginação e tenta conseguir uma chamada virtual no campo minado das sentimentalidades. E nada é precipicio quando o que se quer é peito acelerado e complemento.
O cérebro desce pro lugar do coração, que por sua vez, cai dentro do estomâgo com duzentas borboletas flutuantes, dançando nem aí pro suco gástrico da vida.
Uma ligação e está tudo confirmado, vai começar uma nova estória na vida dela. E quando eu vi aquele brilho nos olhos, me senti personagem de seriado mexicano, suspeitando desde o principio.
Que seja encaixe."

by Guana Dias

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

"as amendôas pavimentam os azulejos tardios que, apenas depois, ao sair do ofurô, ele iria percorrer/ a leveza daquela roupa inexiste, que flutua como lençol macio, e os abraços dela que, tão simples, acobertam minha... saudade/ a isso tudo, saúdo com ´boa-noite´, digo, amorosamente - e já não consigo ter fé em mim/ envolto no cheiro dessa mulher, que vai se tornando louça nos meus varais/ aqui, encontro certa paz de um sonho que não cabe em noites de sexo tórrido/ só preciso desse espectro que, certamente, não é o dela./ -- ´porcelana nos braços dele, e não há paixão e beleza nos olhos de... mais ninguém´, repito, respiro, insegura de mim mesma/ Repito, convencida, enquanto durmo, embriagada/ Não é por ele/ Fini. Com ele."

(Poema Maracaba, André Feitosa, 8.Dez/10)